Eduardo Jardim (Prêmio Jabuti 2016) apresenta um ensaio que aborda três momentos da produção literária e musical no Brasil, percorrendo o fim dos anos 1960, os anos 1970 e o início da década seguinte: o romance Quarup, de Antonio Callado, o espetáculo Gal a todo vapor, e os escritos de Ana Cristina Cesar, até 1983. Uma interrogação é feita ao longo de todo o livro: qual significado a literatura e a música tiveram para um grupo de jovens que atravessava aqueles momentos cruciais da história brasileira? Quarup, lançado em 1967, é uma reação ao golpe militar e expressa os anseios e perplexidades dos opositores do regime, exprimindo a forte tensão entre o apelo da militância política e a postura questionadora de todas as soluções à vista. O show Gal a todo vapor foi montado no período mais duro da ditadura, em 1971, depois do AI-5. Ele tinha um poder catártico e ocupou uma posição singular no cenário artístico da época. Já os escritos de Ana Cristina manifestam uma demanda de interlocução. Não se referem diretamente ao que se passava na política. Essa abordagem original faz com que o livro não seja apenas uma crônica dos acontecimentos, mas um convite à reflexão sobre temas que transcendem todas as épocas - diferentes maneiras de se experimentar a relação da arte com a vida. Tudo em volta está deserto não deixa de ser o depoimento de alguém que viveu com intensidade o seu tempo.
TUDO EM VOLTA ESTA DESERTO
Eduardo Jardim (Prêmio Jabuti 2016) apresenta um ensaio que aborda três momentos da produção literária e musical no Brasil, percorrendo o fim dos anos 1960, os anos 1970 e o início da década seguinte: o romance Quarup, de Antonio Callado, o espetáculo Gal
BAZAR DO TEMPO
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